sábado, 29 de outubro de 2011

Turbinas - De Olho na História (E TS-65 - O Retorno)


Historicamente, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), por meio da Divisão de Propulsão Aeronáutica, tem conduzido um programa de turbomotores desde a década de 1970. Tal programa permite o domínio da tecnologia de concepção, desenvolvimento, fabricação, ensaios, operação e utilização destes motores.
Dentro do programa de turbomotores (ou turbinas a gás), destacam-se os projetos aeronáuticos: 
1) Projeto Parayba I: projeto, fabricação e homologação de unidade aerotransportável para partida da aeronave AT-26 Xavante (1976); 
2) Projeto TJ-2: concepção, projeto e construção de modelos experimentais de um turbojato de 320 N de empuxo (1983), financiado pela CBT – Companhia Brasileira de Tratores e pelo COMAER; e 
3) Projeto TPP 1000 (TJ-10): concepção e projeto de modelos experimentais de um turbojato de 1000 N de empuxo (1984), financiado pela FINEP-FNDCT. Estas duas últimas turbinas aeronáuticas mereceram a publicação de artigo em revista internacional da American Society of Mechanical Engineers (ASME 90GT196).
A TJ-2 foi, portanto, a primeira turbina a gás aeronáutica concebida e fabricada no Brasil. A TJ-2 funcionou com querosene de aviação (QAV-1), álcool hidratado, GLP, GNV e fez os primeiros ensaios com os combustíveis experimentais Prozene e Prodiesel. Após sua fabricação, a TJ-2 foi instalada no Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT) da CBT (figura 4) onde executou corrida em pista na cidade de São Carlos – S.P.
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Figura 4: TJ-2, a primeira turbina aeronáutica do Brasil, instalada no VANT da extinta CBT, que executou corrida em pista na década de 80
TJ-2, a primeira turbina aeronáutica do Brasil, instalada no VANT da extinta CBT, que executou corrida em pista na década de 80.


Uma pena que a CBT tenha falido...


Novas fotos da TS-65



Sobre a TS-65, turbina nacional para aeromodelos, parece que o site recebeu um "tapinha" desde o meu primeiro post, mas ainda não possui informações concretas, exceto pelo e-mail do engenheiro responsável por sua construção, Sr. Milton de Souza Sanches. Contatos com perguntas, congratulações, sugestões para uso militar e convites para entrar no PPL podem ser mandados para sanchesmils@gmail.com.

Agora, as foténhas da criatura:





Se quiser investigar mais a fundo, o site ainda é o www.turbina.com.br

Não Desperdice, Por Favor! - FAB testa motor de combustão supersônica inteiramente brasileiro

A Força Aérea Brasileira (FAB) testa um motor hipersônico inteiramente brasileiro em seus laboratórios. O projeto visa compreender melhor as características do projeto e as capacidades da unidade que é desenvolvida como parte do programa do 14-X, que estuda e prepara uma aeronave hipersônica nacional.

FAB segue o desenvolvimento do motor hipersônico do 14-X

Os testes realizados pela FAB buscam entender melhor o funcionamento da verdadeira usina de força que terá a missão de carregar o futuro protótipo. Nos experimentos do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), os engenheiros procuram parâmetros para compreender o regime de combustão do motor a velocidades extremas e o funcionamento da admissão e escoamento do ar que causará a combustão dentro dele.

A aeronave será capaz de atingir velocidades muito superiores à do som – daí o termo hipersônico. A velocidade do som é de aproximadamente 1.240 km/h e a distinção entre um veículo supersônico e um hipersônico está em quanto eles superam o limite do som: um avião supersônico rompe a barreira, já o hipersônico vai muito além. Em linhas gerais, considera-se hipersônico o veículo que supera cinco vezes o som.

O projeto do motor do 14-X prevê uma unidade SCRAMJET (Supersonic Combustion Ramjet), uma turbina sem partes móveis, capaz de altas velocidades. Isso significa que ele usará o oxigênio do ar como elemento de combustão.

Princípio do motor SCRAMJET, que "suga" o ar a velocidades supersônicas
Todo o desenho e geometria da aeronave irá comprimir o ar e o fará entrar numa câmara, onde encontrará o combustível. Lá, o ar, injetado à velocidades supersônicas, queimará o hidrogênio combustível e será expelido em velocidades maiores que a do som. É dessa capacidade de expelir o gás da combustão que virá o empuxo da nave.

Trata-se do mesmo princípio dos foguetes espaciais contemporâneos, com a vantagem de não precisar carregar tanques enormes de oxigênio, o que pode reduzir custos e aumentar largamente a eficiência. No resumo, quanto mais rápido for o avião, menos esforço o motor precisa fazer para queimar combustível. Quanto mais rápido queimar, mais rápido voa a aeronave. Inteligente, não?

Mais sobre o 14-X

A tecnologia do projeto não para por aí. Outra solução interessante está na forma de sustentação do 14-X no ar. Como o veículo voará a velocidades muito superiores ao som, criará ondas de choque na atmosfera. Essas ondas, em resumo, são zonas de alta-pressão onde o modelo irá “surfar”. Com a sustentação vinda do choque dessas massas de ar, o modelo poderá ser desenvolvido com o mínimo de arrasto aerodinâmico, favorecendo e muito sua eficiência. Mais uma vez, no resumo: quanto mais rápido o avião voar, menos asa ele precisa para se manter.

A ideia é que o 14-X, nome que remete ao pioneirismo do 14-bis de Santos Dumont, seja capaz de atingir velocidades 6 a 10 vezes superiores à do som, daí a classificação de hipersônica. O 14-X será um veículo não tripulado, capaz de dar a volta ao mundo em poucas horas e de levar satélites ao espaço interior. O desenvolvimento da nave hipersônica brasileira ofereceria novas perspectivas nas áreas da aviação, e mesmo da exploração espacial. O primeiro voo do protótipo estava previsto para 2010, mas atrasos fizeram a FAB reprogramar a estreia da nave para 2012.

Fonte: techtudo.com.br (com informações da FAB)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mais um motor a ar: Será que desta vez vai?

Entrei no site www.motorar.com.br e dei de cara com mais uma promessa. Em Novembro de 2010, foi apresentado o "MotorAr", um motor que funciona 100% a ar comprimido.
De acordo com o site, "os pesquisadores ibiramenses – SC - Josoé Bonetti (Wesleycar Mecânica) Mauricio Ricardo Oliveira (Cartoonbox), aliados a Denise Nascimento (especialista em energias renováveis, com foco em eólica) de São Paulo, formaram uma equipe multidisciplinar, cada um em sua área para lograr êxito neste projeto, em 4 anos de trabalho e pesquisa conseguiram a grande conquista, pôr em movimento motores usando unicamente o ar puro como seu único combustível.



Com um processo termodinâmico de expansão molecular do ar, causando choque térmico entre duas temperaturas, admitindo o ar atmosférico e pré-aquecendo o mesmo, a 120º positivos, quando o mesmo entra no cilindro e é comprimido a alta pressão agitando as moléculas e colocando-as em atrito elevando sua temperatura em até 600º  positivo, onde é injetado pequena quantidade de ar frio que fica armazenado em um reservatório, que serve de tanque de armazenamento, neste momento é causada uma explosão de moléculas colocando o motor em movimento cinético, expelindo oxigênio puro a menos 15º- pelo escapamento.

O motor não necessita do sistema de arrefecimento, ignição, velas e outros componentes que diminuem seu custo de fabricação e manutenção tornando um motor ecologicamente correto e pode ainda ser usado como fonte de renovação de ar, fazendo deste motor um grande atrativo para investidores de vários países e brasileiros que já estão em contatos para formarem parcerias, pois o projeto consiste em fabricar um carro 100% brasileiro,  batizado de  ÉOLO, com chassi tubular em fibra de carbono, com a carroceria em fibra de côco, com sistemas de freio com mini compressores que irão repor o ar nos reservatórios aumentando sua autonomia em até 30% com abastecimento por compressor eólico, energia fotovoltaica e solar, tornando o primeiro carro do mundo ecologicamente correto.

Josoé Bonetti destaca que este sistema  já foi utilizado no século XX em locomotivas, sendo sufocado com a chegada dos combustíveis fósseis." 
O post do blog faz menção a Guy Négre, mas esquece de Antônio Dariva e do australiano Eugene DiPietro. Whatever, só com muita verba e muita subversão esse motor poderá ganhar as ruas do Brasil, pois todos nós conhecemos o lobby das petrolíferas. Pra se ter uma ideia, Guy Négre já tinha o carro movido a ar pronto no início da década de 90, e hoje a coisa ainda está na fase de teste, e desta vez, usando 6% de combustíveis fósseis (Antes era ar puro). Pressão das petrolíferas?


Eis o vídeo do motor.

Antes de encerrar, veja o que encontrei no blog Carro Movido a Ar :

Brasileiro de Santa Catarina dedicou boa parte de sua vida para criação de motor movido a Ar


Percival já investiu R$ 60 mil e dedicou dez anos ao desenvolvimento do mecanismo 100% ecológico

carro movido a arUm mecânico de Venâncio Aires decidiu tirar do papel um projeto audacioso de preservação do meio ambiente. Aos 79 anos, Percival de Freitas transformou um motor 1.4 de um Ford Corcel, ano 1977, em máquina movida a ar. Depois de investir cerca de R$ 60 mil e dedicar dez anos ao desenvolvimento da peça, o mecânico procura um interessado em comprar o motor, criado na oficina, atualmente desativada, no Centro.

O inventor perdeu a conta das horas dedicadas e da quantidade de ferramentas utilizadas para o serviço. Freitas garante que a máquina é 100% ecológica e é movida apenas a ar comprimido. As peças empregadas foram fabricadas por ele, com o uso de um torno mecânico. Sem entrar em detalhes sobre o funcionamento, o mecânico revela apenas que o ar chega a quatro bombas injetoras, que empurram o combustível com força para os pistões, responsáveis por acionar o motor. Sobre o restante da engenharia que move o invento, ele garante que é segredo interno.
O motor se transforma em compressor quando está em uma descida, capta o ar e o armazena. Mas Freitas reconhece que a novidade ainda necessita de ajustes. "Precisaria de um compressor permanente e assim teria alimentação em lugares planos", explica. O mecânico avisa que terá de interromper os investimentos pois não tem mais dinheiro. "Gastei muito e não me arrependo, mas agora, ou eu vendo o motor ou terei que eliminá-lo", diz.

Curiosos de Santa Catarina, São Paulo e até Mato de Grosso já estiveram em Venâncio Aires especialmente para conhecer, filmar e fotografar o invento. "Muitos querem saber como eu consegui montá-lo. Mas eu não conto. A não ser um interessado em negociar. Aí posso até desmanchar o motor", ressalta. O objetivo da invenção é contribuir com a preservação do meio ambiente. "Falam tanto em preservar, eu resolvi fazer alguma coisa", afirma.



carro movido a arNatural de Encruzilhada do Sul, Percival de Freitas, que estudou até o 4 ano do primário, acredita que nasceu com o dom da invenção. Com mais de 50 anos de experiência, o aposentado já foi dono de autoescola e tem mais um invento no currículo. Em uma Belina II, desenvolveu um visor de marcha, para mostrar a que se encontra engatada e indicar qual deveria estar. Ele garantiu um prêmio com a invenção, em 1992. Mesmo com o reconhecimento, até hoje Freitas espera resposta do escritório do Instituto Nacional de Patentes e Invenções em Porto Alegre. Para ele, a demora na certificação desestimula as invenções em todo país.



Cérebros, o Brasil já mostrou que tem. Faltam agora investidores honestos para que estes gênios não sejam desperdiçados.